Brusone e produção de trigo no Brasil

Gisele Abigail Montan Torres, Jéssica Rosset Ferreira, Eliseu Binneck, João Leodato Nunes Maciel, Luciano Consoli

Resumo


Esta revisão apresenta o contexto atual da produção de trigo no Brasil, as estratégias de manejo para reduzir perdas de rendimento de grãos devido à brusone e as abordagens biotecnológicas para melhorar a resistência do trigo. A brusone do trigo é causada pelo fungo Magnaporthe oryzae patótipo Triticum (MoT) que pode infectar toda a parte aérea da planta. O principal sintoma da doença é o branqueamento das espigas que prejudica a produção de grãos, com perdas que podem chegar a 100% em cultivares suscetíveis. O primeiro relato mundial de brusone em espigas de trigo foi feito no Brasil, em 1985, e a doença atualmente é a principal restrição ao cultivo de trigo nas áreas tropicais e subtropicais dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Por muito tempo, o uso de fungicidas foi considerado ineficaz sob condições de alta pressão de doença. No entanto, trabalhos recentes apontam que a eficácia dos fungicidas depende da integração de outras medidas de controle, principalmente da escolha de cultivares com resistência moderada. Neste artigo de revisão, apresentam-se a alta variabilidade de reação do trigo ao MoT, bem como um painel de cultivares resistentes ou moderadamente resistentes (incluindo não portadoras da translocação 2NS), prontamente disponíveis para cultivo em regiões onde a brusone é endêmica.


Palavras-chave


Magnaporthe oryzae; Triticum aestivum; brusone; controle químico; resistência genética; manejo

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