Projeções climáticas de horas de frio e implicações na olivicultura em Minas Gerais, Brasil

Fabrina Bolzan Martins, Rodolfo Armando de Almeida Pereira, Roger Rodrigues Torres, Diego Felipe dos Santos

Resumo


O objetivo deste trabalho foi determinar o acúmulo de horas de frio e definir as áreas com aptidão para a olivicultura (Olea europaea) no estado de Minas Gerais, Brasil, assim como analisar os impactos das projeções de mudanças climáticas na exigência de horas de frio e no zoneamento climático, em dois cenários de forçantes radiativas. O método trigonométrico foi utilizado para quantificar o número de horas de frio, tendo-se considerado temperaturas basais (Tb) de 7,0, 9,5 e 13°C (frio intenso, médio e suave, respectivamente), e foi aplicado para condições climáticas do presente (1983–2012) e para duas condições climáticas futuras (2041–2070 e 2071–2100). Os dados do clima presente foram obtidos de 47 estações meteorológicas convencionais, e os de clima futuro foram obtidos de três modelos do sistema terrestre (IPSL-CM5A-LR, MRI-CGCM3 e MIROC5). As projeções futuras apontam para uma diminuição das áreas aptas ao cultivo de oliveira, principalmente sob caminhos representativos de concentração (RCP) 8.5 e de cultivares com maior exigência em frio (Tb=7,0ºC). Das cultivares de média exigência em frio (Tb=9,5oC), apenas 2,6% (RCP 4.5) e 1,6% (RCP 8.5) serão aptas no extremo sul e nas áreas de maior altitude de Minas Gerais, enquanto, das de baixa exigência (Tb=13ºC), 11,8% (RCP4.5) e 6,7% (RCP 8.5) serão aptas. Se as condições climáticas se realizarem, o cultivo de oliveira será viável na região sul e em áreas de maior altitude no estado de Minas Gerais.


Palavras-chave


Olea europaea; exigência de horas de frio; modelos do sistema terrestre; cenários de forçantes radiativas

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