Fator de emissão de metano em depósitos abertos utilizados para armazenar dejetos suínos no Sul do Brasil
Resumo
O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma linha de base do fator de emissão de metano para o manejo de dejetos suínos, ao se considerar a prática atual de armazenamento de dejetos sólidos em dois depósitos abertos paralelos, no Sul do Brasil. As emissões de metano (CH4) foram medidas continuamente em três tanques de PVC de 3 m3, durante 180 dias, no verão. Como o conteúdo de sólidos voláteis dos dejetos esgotou-se em aproximadamente 130 dias, calculou-se o fator de emissão de CH4 dos dejetos como B0 = 0,48 m3 kg-1 VS. Embora este valor seja superior ao B0 estimado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas para a América Latina (0,29 m3 kg-1 VS), ele está de acordo com o B0 estimado para países desenvolvidos (0,45 e 0,48 m3 kg-1 VS, para EUA e UE, respectivamente). O gráfico de emissão acumulada de C-CH4 x tempo ajustou-se a um modelo cinético sigmoidal (r2= 0,998), que apresentou boa correlação quando testado com dados coletados de um depósito de dejetos em condições de campo, no inverno. Isto sugere que o modelo reproduz a cinética de emissão do CH4 na região. Pela aplicação das regras revisadas da lei estadual (tempo de retenção de 50 dias, em substituição a 120 dias), as estimativas pela equação sigmoidal mostram que é possível reduzir em mais de 80% a emissão de gás metano.
Palavras-chave
produção animal; fator de emissão; aquecimento global; gases de efeito estufa; manejo de dejetos
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