Fator de emissão de metano em depósitos abertos utilizados para armazenar dejetos suínos no Sul do Brasil

Luana Goulart Sardá, Martha Mayumi Higarashi, Rodrigo da Silveira Nicoloso, Paulo Armando Victória de Oliveira, Camila Falkoski, Stephanie Mayara Siega Ribeiro, Arlei Coldebella

Resumo


O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma linha de base do fator de emissão de metano para o manejo de dejetos suínos, ao se considerar a prática atual de armazenamento de dejetos sólidos em dois depósitos abertos paralelos, no Sul do Brasil. As emissões de metano (CH4) foram medidas continuamente em três tanques de PVC de 3 m3, durante 180 dias, no verão. Como o conteúdo de sólidos voláteis dos dejetos esgotou-se em aproximadamente 130 dias, calculou-se o fator de emissão de CH4 dos dejetos como B0 = 0,48 m3 kg-1 VS. Embora este valor seja superior ao B0 estimado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas para a América Latina (0,29 m3 kg-1 VS), ele está de acordo com o B0 estimado para países desenvolvidos (0,45 e 0,48 m3 kg-1 VS, para EUA e UE, respectivamente). O gráfico de emissão acumulada de C-CH4 x tempo ajustou-se a um modelo cinético sigmoidal (r2= 0,998), que apresentou boa correlação quando testado com dados coletados de um depósito de dejetos em condições de campo, no inverno. Isto sugere que o modelo reproduz a cinética de emissão do CH4 na região. Pela aplicação das regras revisadas da lei estadual (tempo de retenção de 50 dias, em substituição a 120 dias), as estimativas pela equação sigmoidal mostram que é possível reduzir em mais de 80% a emissão de gás metano.

Palavras-chave


produção animal; fator de emissão; aquecimento global; gases de efeito estufa; manejo de dejetos

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