Adsorção e imobilização de fósforo em três solos do sul da Bahia

Percy Cabala Rosand, Alan Wild

Resumo


Em amostras superficiais de três solos ácidos do sul da Bahia, as características de adsorção/dessorção de fósforo foram relacionadas com outras propriedades do solo e com a resposta do sorgo (Sorghum vulgare) a doses crescentes de fósforo. O solo T. Camacã, contendo esmectita e altos teores de Fe e Al extraídos por oxalato, apresentou maior capacidade de adsorver fósforo e forneceu um adequado suprimento de fósforo para as plantas. O solo H. Cristalino, com altos conteúdos de Fe e Al extraídos por ditionito e apresentando gibsita e goetita na difractometria de raios X, evidenciou menor disponibilidade de fósforo e alta capacidade de imobilizar esse elemento. Este aspecto foi bem caracterizado pela meia-vida do fósforo lábil e que correspondeu nesse solo a, respectivamente, 170, 210 e 275 dias para as variáveis fósforo absorvido pelo sorgo, fósforo isotopicamente trocável e fósforo extraído pela resina de troca aniônica. Nos dois Tropudults, a meia-vida do fósforo lábil foi superior a 400 dias para as mesmas variáveis, e, em todos os solos ensaiados, o fósforo extraído pela resina constitui um bom índice do fósforo lábil e permite avaliar de modo satisfatório o grau de imobilização desse elemento. O comportamento contrastante dos solos ensaiados indica que adsorção e imobilização de fósforo são processos que devem ser distinguidos, pois uma alta adsorção não implica necessariamente uma alta imobilização desse elemento.


Palavras-chave


adsorção/dessorção; esmectita; ditionito; fósforo

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