Diversidade genética e estrutura de população de bovinos nativos

Germana Maria Serrano, Andréa Alves do Egito, Concepta McManus, Arthur da Silva Mariante

Resumo


Estratégias para conservação e melhoramento animal devem ser baseadas na associação de características fenotípicas e genéticas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar cinco raças nativas brasileiras (Caracu, Crioulo Lageano, Curraleiro, Mocho Nacional e Pantaneiro) e duas comerciais (Holandês e Nelore) pela técnica de RAPD para estimar a distância genética e a variabilidade genética entre e dentro das raças. As relações genéticas foram investigadas utilizando-se 22 primers, que geraram 122 bandas polimórficas. A análise de variância molecular revelou que a maior parte da variabilidade genética total ocorreu em virtude das diferenças de indivíduos dentro das populações. Na comparação da variabilidade genética entre os pares de raças, observou-se que todos os valores obtidos foram estatisticamente significativos. A menor divergência genética foi observada entre Crioulo Lageano e Curraleiro. A raça Mocho Nacional, apesar de historicamente ser considerada de origem Bos taurus aquitanicus, mesma origem da raça Caracu, agrupou-se com as demais raças nativas consideradas de origem Bos taurus ibericus. De modo geral, as raças estudadas se agruparam em clusters distintos, com exceção da Mocho Nacional. A técnica de RAPD foi capaz de distinguir geneticamente as raças estudadas; Caracu, Crioulo Lageano, Curraleiro e Pantaneiro podem ser consideradas entidades genéticas distintas, comprovando assim, a unicidade de suas populações; a Mocho Nacional não conseguiu se restabelecer, após seu declínio na década de 50, perdendo, sua identidade genética.

Palavras-chave


conservação animal; bovino; caracterização genética; RAPD

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