Discriminação isotópica de carbono e produtividade do arroz de sequeiro afetado por seca no florescimento

Beatriz da Silveira Pinheiro, Roger Brian Austin, Maria Pereira do Carmo, Michael Alan Hall

Resumo


Experimentos de campo, envolvendo genótipos de arroz de sequeiro, em várias datas de semeadura, realizadas tardiamente na estação de cultivo, foram conduzidos para investigar a relação da discriminação isotópica de carbono com a produtividade de grãos e resistência à seca. Em cada ano, um experimento foi mantido em boas condições hídricas, enquanto o outro sofreu falta de água, por período de 18-23 dias, abrangendo a emergência da panícula e florescimento. A deficiência hídrica reduziu a discriminação isotópica de carbono dos açúcares solúveis (Δs) extraídos do último entrenó do colmo, ao final do período de estresse, causando um efeito relativamente menor sobre a matéria seca das folhas amostradas na mesma ocasião, ou dos entrenós superiores e grãos amostrados na colheita. A redução de Δs induzida por deficiência hídrica foi acompanhada de redução da fertilidade das espiguetas e do rendimento dos grãos. Nos três experimentos submetidos a estresse hídrico, os genótipos de maior rendimento e fertilidade de espiguetas apresentaram os menores valores deΔs. Esta relação, no entanto, foi fraca, concluindo-se, assim, que Δs não é um indicador seguro da resistência à seca em arroz, para ser utilizado com eficiência em programas de melhoramento. Por outro lado, o rendimento de grãos e a fertilidade das espiguetas dos genótipos que apresentaram o florescimento mais precocemente no período de imposição do estresse foram menos afetados pela seca. Assim, o momento de ocorrência da seca, em relação à emergência da panícula e ao florescimento, parece ser mais decisivo na determinação do rendimento de genótipos do que o Δs.


Palavras-chave


Oryza sativa; deficiência hídrica; entrenós; fertilidade das espiguetas

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