Manejo da irrigação na cultura do algodoeiro herbáceo em condições semi-áridas do Nordeste

Resumo

Durante quatro anos - 1989/1992 -, foi conduzido um ensaio, num solo aluvial, franco arenoso, no Projeto de Irrigação São Gonçalo, no município de Sousa, PB. Objetivou-se estudar o efeito de cinco épocas da última irrigação aos 50 (E₁), 65 (E₂), 80 (E₃), 95 (E₄) e 110 (E₅) dias do ciclo da cultura do algodoeiro herbáceo (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch), sobre as cultivares CNPA Precoce 1, CNPA Acala 1, CNPA-6H e IAC-20. Usou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso com parcelas subdivididas, com quatro repetições. As épocas da última irrigação E₁, E₂, E₃, E₄, e E₅ promoveram rendimentos de algodão em rama da ordem de 2.355, 3.036, 3.815, 4.059 e 3.720 kg/ha, com a aplicação de uma lâmina total de irrigação de 280, 426, 609, 714 e 830 mm, respectivamente. Até o tratamento E₃ houve acréscimos significativos no rendimento da cultura, com E₂ > E₁ (681 kg/ha) e E₃ > E₂ (779 kg/ha), porém não houve diferença significativa entre E₃, E₄ e E_5. O tratamento E₃ promoveu a maior taxa marginal de retorno (2,05), enquanto o E₄ contribuiu com o maior acréscimo de receita líquida (R$ 866,00/ha). Os rendimentos das cultivares IAC-20, com 3.847 kg/ha e CNPA-6H, com 3.604 kg/ha não foram significativamente diferentes, mas suplantaram os resultados da CNPA Precoce 1 (3.222 kg/ha) e CNPA Acala 1 (2.914 kg/ha). A variação da época da última irrigação não modificou o ciclo da cultura, porém todas as cultivares completaram seus ciclos produtivos aos 125 dias. Os resultados médios do rendimento da cultura em função das épocas da última irrigação se ajustaram a um polinômio do 2^º grau, com R² = 0,947**, o que mostra que aos 95 dias seria, teoricamente, a época da última irrigação que proporcionaria os rendimentos máximos.