Aspectos bioclimáticos da cultura do trigo no Rio Grande do Sul

Antonio J. Pascale, Fernando S. da Mota

Resumo


Entre a Faculdade de Agronomia e Veterinária de Buenos Aires, Argentina, e o Instituto Agronômico do Sul, em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, realizou-se um ensaio com a finalidade de caracterizar as exigências bioclimáticas das variedades de trigo semeadas no Sul do Brasil. Compararam-se em ambas localidades (Buenos Aires e Pelotas) os comportamentos de semeaduras quinzenais de quinze variedades, entre abril e outubro de 1960 com relação a trigos argentinos bioclimàticamente conhecidos, e entre êles, mediante o Índice Heliotérmico de Geslin. Determinaram-se dois grupos de trigos, designados como semi-precoces e semi-tardios, com as seguintes características: as variedades semi-precoces aceleram seu ciclo vegetativo com temperaturas crescentes e apresentam uma manifesta indiferença ao comprimento do dia; possuem uma certa exigência em frio, que, embora pequena, devem satisfazer para desenvolver-se normalmente. As variedades semi-tardias, ao contrário, exigem um determinado umbral fotoperiódico para espigar, o que as faz normalmente mais tardias, apesar de que não reagem à vernalização e seu crescimento é acelerado pelas temperaturas crescentes. Com as características climáticas do Rio Grande do Sul, determinaram-se os tipos agroclimáticos para a cultura do trigo neste Estado, correlacionando-se posteriormente tais disponibilidades agroclimáticas com as necessidades bioclimáticas das variedades utilizadas pelos agricultores. Tiraram-se algumas conclusões tendentes a aumentar a segurança da colheita de trigo do Sul do Brasil.


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