Acidente de vacinação anti-rábica com o uso de vacina Flury (vírus de baixa passagem), em bovinos

Renato Augusto da Silva, Jalmyr Joaquim dos Passos

Resumo


Em uma fazenda de criação de bovinos de raça zebuina (Bos indicus), situada no antigo Distrito Federal, atual Estado da Guanabara, foi estudado um acidente de vacinação provocado pela utilização de uma vacina avianizada, contra a Raiva, elaborada com vírus rábico modificado, amostra Flury, de baixa passagem em ovo. Foram vacinados 483 bovinos e 26 equídeos, adoecendo 52 bovinos, dos quais morreram 39, havendo a recuperação de 13 animais. Foram isoladas 17 amostras de vírus rábico de 29 animais necropsiados, inoculando-se camundongos adultos e lactentes, pela via intracerebral, com suspensões de encéfalo e de medula cervical. O estudo de uma destas amostras isoladas (material 1.330) revelou patogenicidade para coelhos, cobaios e hamsters, inoculados pelas vias intramuscular e intracraneana. O título da amostra de vírus em camundongos lactentes e adultos foi de 10-3.50 DL50 via intracerebral, na dose de 0,03 ml. No embrião de pinto, com 7 dias de incubação, a amostra de vírus cresceu com facilidade, quando inoculada pela via saco da gema.  A amostra da vacina que ocasionou o acidente foi também submetida às provas de inoculação em animais de laboratório. Comportou-se como vírus de baixa passagem em embrião de galinha, pois foi letal para camundongos lactentes e adultos, coelhos e cobaios, inoculados com a vacina pelas vias intracerebral e intramuscular, os quais sucumbiram com sintomatologia rábica. A inoculação de 10 amostras de sangue coletadas na fase inicial da doença não revelou a presença de vírus no sangue circulante. A identificação do agente isolado foi feita por prova de soro-neutralização e pela facilidade da amostra para crescer em embrião de galinha, indicando ser a mencionada amostra, um vírus rábico modificado.


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