Intoxicação por Sessea brasiliensis Toledo em bovinos

Camillo F. C. Canella, Carlos Hubinger Tokarnia, Jürgen Döbereiner

Resumo


Foi estudada mortandade em bovinos, causada por intoxicação resultante da ingestão da brotação de Sessea brasiliensis Toledo. A toxidez dos brotos dessa planta foi demonstrada experimentalmente pela administração, por via oral, de quantidades variáveis da brotação de S. brasiliensis a oito bovinos jovens, acompanhada de observações clínicas, e, nos três casos de morte, de necrópsia e estudos histopatológicos. A menor dose que causou a morte dos animais foi de 32 g/kg, enquanto que a maior quantidade que não causou nem o aparecimento de sintomas foi de 28,5 g de brotos por kg de peso do animal. Os sintomas, nesta intoxicação, começaram aproximadamente 12 horas após a ingestão da planta e consistiram em apatia, anorexia, diminuição dos movimentos do rúmen em número e intensidade, tremores musculares, andar cambaleante. Morreram três animais durante os experimentos, dois dos quais aproximadamente 24 horas após o aparecimento dos primeiros sintomas, e o terceiro em prazo mais curto. Os principais achados de necrópsia foram aspecto de noz-moscada da superfície de corte do fígado, ressecamento do conteúdo do folhoso, edema da parede da vesícula biliar e hemorragias em diversos órgãos; as principais alterações histopatológicas foram representadas pela necrose hepática centrolobular. Chama-se a atenção para o fato de o quadro da intoxicação causada por S. brasiliensis em bovinos ser muito semelhante ou mesmo idêntico, ao da causada por Cestrum laevigatum Schlecht.


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