Intoxicação experimental pela fava da “ faveira” (Dimorphandra mollis Benth.) em bovinos
Resumo
Foram realizados estudos sobre a toxicidade da fava da "faveira" (Dimorphandra mollis Benth.) para bovinos. Estes estudos consistiram na administração por via oral de favas da "faveira", provenientes dos Municípios de Uberaba e Francisco Dumont, Minas Gerais, a bovinos, acompanhada de observações clínicas, na verificação dos achados de necrópsia nos casos de morte e no estudo histopatológico dos órgãos coletados desses animais. A fava da "faveira" mostrou-se tóxica para bovinos nos experimentos realizados, causando doença grave e a morte dos animais, quando ingerida na proporção de 25 g/kg de peso do animal, de uma só vez. Quantidades iguais ou maiores, quando subdivididas em dez doses diárias, não causaram o aparecimento de sintomas de intoxicação. Os principais sintomas clínicos da intoxicação experimental se manifestaram por perturbações intestinais graves, com fezes com muco e estrias de sangue e até coágulos sanguíneos. A evolução era subaguda, na maioria dos casos em torno de 14 dias. Os achados de necrópsia mais importantes eram hemorragias no trato digestivo e focos de congestão nos rins; os exames histopatológicos revelaram ainda, em todos os casos, lesão renal, consistindo em necrose por coagulação dos túbulos uriníferos contornados proximais e presença de cilindros hialinos e celulares em outras porções dos túbulos uriníferos. Os autores fazem considerações sobre a ocorrência da intoxicação natural pela fava da "faveira" e finalmente fazem recomendações para evitá-la.
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