Perfuração do abomosa e da parede abdominal na intoxicação de bovinos por arsênio

Jürgen Döbereiner, Waldemar V. de A. Camargo, Francisco da A. T. Valente, Rufino A. de Alencar Filho, Camillo F. C. Canella, Carlos Hubinger Tokarnia

Resumo


Descrevem-se duas mortandades em bovinos, uma no Município de Castro, Estado do Paraná, e outra no Município de Marquês de Valença, Estado do Rio de Janeiro, caracterizadas por abaulamento e perfuração da parede abdominal na região umbilical, com saída de conteúdo estomacal, prolapso do coagulador e morte. As mortandades afetaram 90 animais no Município de Castro e cinco no Município de Marquês de Valença. Necrópsias revelaram extensa sinequia entre o abomaso e a parede abdominal, com desaparecimento da porção ventral do abomaso, formação de bolsa constituída por tecido conjuntivo fibroso e pele, e perfuração da parede abdominal. Pesquisa de arsênio em material necrótico do fundo de úlcera abomásica, coletado em um bovino sacrificado em Castro, resultou fortemente positivo para esse elemento. Presença de arsênio verificou-se também no fígado e nos pelos deste animal, bem como em pelos de outros bovinos com sintomatologia da doença. Pelos de animais de controle continham arsênio em quantidades aproximadamente 20 vezes menores. Por estes achados e pela verificação de arsênio nos suplementos minerais usados na alimentação dos bovinos, concluiu-se que a mortandade foi causada por intoxicação por aquele elemento. O exame para arsênio dos pelos do bovino necropsiado em Marquês de Valença revelou igualmente teor elevado. Baseando-se no conjunto dos dados concluem os autores que também esta mortandade foi causada por intoxicação subaguda por arsênio.


Texto completo:

PDF


Embrapa Sede, Superintendência de Comunicação,
Parque Estação Biológica - PqEB - Av. W3 Norte (final) Caixa Postal 040315 - Brasília, DF - Brasil - 70770-901
Fone: +55 (61) 3448-2461