Análise harmônica
Resumo
Os fundamentos teóricos da análise harmônica e a marcha da análise são apresentados. Um exemplo é estudado, no qual, embora os dados originais não se distribuam normalmente, a variância não sendo independente da média, os contrastes necessários à análise harmônica apresentam variâncias homogêneas, dispensando prévia transformação dos dados (precipitações mensais em Pelotas, Rio Grande do Sul, 1900/51). Em outro exemplo, a transformação é estudada e realizada, e os dados transformados são analisados (precipitações mensais em Morro Velho, Minas Gerais, 1855/1951). A estabilidade das componentes harmônicas das precipitações mensais em Pelotas é testada pelo método da análise da variação, revelando-se significativas as ondas semestral, quadrimestral e anual, as duas primeiras mostrando-se predominantes no curso anual das precipitações mensais (máximos em fevereiro e em setembro). O teste de completicidade indica que 91,2% da variação das precipitações médias mensais corre à conta dessas três ondas. Não se dispondo dos dados anuais de Morro Velho, não foi possível submetê-los ao teste de estabilidade. Quase toda a variação entre as médias mensais (99,3%) corre à conta da onda anual, como é típico em um clima tropical continental (chuvas convectivas no verão, seca híbernal). Como contribuições originais, foi estabelecida a distribuição da diferença entre os quadrados de duas amplitudes, introduziu-se o conceito de coeficiente de correlação cíclica, que não deve ser confundido com o conhecido coeficiente de correlação serial, e adaptou-se o método de Fuhrich, permitindo sua aplicação na análise harmônica, o que tem importância prática nos casos em que as componentes harmônicas são em número considerável, determinando-se, então, apenas aquelas componentes cujas amplitudes são relevantes. Inclui em apêndice as deduções matemáticas, a fim de aliviar o texto. Apresenta também alguns parágrafos sobre testes de normalidade e transformação de dados, visando à homogeinização das variâncias.
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