Experimentos com Palicourea longepedunculata Gardn. revelando a sua inocuidade para bovinos

Camillo F.C. Canella, Carlos Hubinger Tokarnia, Jürgen Döbereiner, Dimitri Sucre Benjamin

Resumo


Foram realizados experimentos com Palicourea longepedunculata Gardn em bovinos, tendo a planta sido colhida em diferentes épocas do ano de diversos municípios dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A planta fresca, folhas e pedúnculos com flores ou frutos, foi administrada por via oral em quantidades até 25,1 g/kg. Os animais não apresentaram quaisquer sintomas de intoxicação. Ao contrário destes resultados, P. longepedunculata fora considerada tóxica para bovinos, segundo um registro bibliográfico; a planta teria causado a morte dos bovinos na dosagem de apenas 1 g/kg. Esses resultados adversos devem ser atribuídos a equivoco na coleta da planta usada nos experimentos relatados naquele trabalho, porque P. longepedunculata muito se assemelha nas suas folhas a Palicourea maregravii St. Hil, altamente tóxica para bovinos. Ambas também são encontradas no mesmo “habitat". Pode-se distinguir as duas plantas somente pela inflorescência e pelo cheiro. Ao esmagar as folhas ou talos frescos de P. maregravii percebe-se cheiro de salicilato de metila. Esse cheiro característico foi, no trabalho referido, erroneamente atribuído também a P. longepedunculata, fato que fortalece a suspeita de ter havido erro na coleta da planta usada naquela experimentação. Conclui-se que Palicourea longepedunculata Gardn. não é planta tóxica para bovinos.


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