Fixação simbiótica do nitrogênio na soja (Glycine max (L.) Merril): influência da adição de cálcio ao solo e molibdênio ao revestimento da semente
Resumo
No presente trabalho, realizado em casa de vegetação, procura-se estudar o efeito do revestimento da semente de soja com fosforita e mais três dose de molibdênio adicionadas a este revestimento bem como da adição de cálcio ao solo, na nodulação, fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico, absorção do manganês e desenvolvimento da planta. O esquema experimental adotado foi de blocos ao acaso com três repetições e os seguintes tratamentos das sementes inoculadas: T) sem revestimentos A) revestimento de fosforita; B) revestimento de fosforita + 1 Mo, e C) revestimento de fosforita + 2 Mo. Todos estes tratamentos foram repetidos com 60 ppm de cálcio, sob a forma de sulfato, adicionado ao solo. Usou-se um solo "gray" hidromórfico da Série Ecologia, o qual apresenta problemas de toxidez de manganês. Sem necessidade de análise estatística, ficou evidenciada a influência do revestimento da semente, e também da adição de cálcio ao solo, nos diferentes eleitos pesquisados (nodulação e desenvolvimento da planta) pois as plantas do tratamento testemunha, sem adição de cálcio ao solo, morreram alguns dias após a germinação, provavelmente em virtude da deficiência de cálcio e da toxidez de manganês no solo usado. O número e o peso médio dos nódulos não sofreram influência dos diferentes tratamentos, mas a massa nodular foi aumentada nos tratamentos com cálcio no solo, assim como no tratamento de revestimento com fosforita sem cálcio no solo. As doses de molibdênio influíram na nodulação, diminuindo o peso seco dos nódulos, quando não se fez adição de cálcio ao solo. Quanto à fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico, nota-se que os maiores teores de nitrogênio total foram encontrados nos tratamentos com molibdênio no revestimento da semente mais cálcio no solo, enquanto os teores do nitrogênio percentual foram mais elevados nos tratamentos com molibdênio no revestimento da semente sem cálcio no solo. Os tratamentos com cálcio foram os que apresentaram os maiores teores de manganês na planta (1.100 ppm Mn), podendo-se atribuir este fato ao abaixamento do pH do solo, ocasionado pela adição de CaSO4, o que, no entanto, não acarretou prejuízos ao desenvolvimento, da soja. Os elevados teores de manganês nas plantas parecem não ter sido um fator limitante para o desenvolvimento das mesmas, e sim, o cálcio como nutriente. Notou-se maior desenvolvimento das plantas (peso seco total e da parte aérea) nos tratamentos onde o cálcio foi adicionado ao solo; no entanto, os resultados do tratamento de revestimento da semente com fosforita, sem cálcio no solo, também foram elevados. Torna-se, pois, evidente, a necessidade da aplicação de cálcio no referido solo ou da prática do revestimento das sementes com fosforita.
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