Respostas de quatro leguminosas tropicais a fósforo, potássio e calcário num Latossolo Vermelho-Amarelo de campo cerrado

Resumo

As respostas a fósforo (P), potássio (K) e calcário de Stylosanthes gracilis, Centrosema pubescens, Glycine javanica e Phaseolus atropurpureus foram comparadas num experimento conduzido em vasos por 90 dias, escolhendo-se um Latossolo Vermelho-Amarelo, muito ácido e deficiente em P, para o estudo. Para definir as respostas aos três fatores, usou-se um delineamento composto central, a que se adicionou alguns tratamentos para melhor caracterizar as respostas a P e calcário. Todas as leguminosas responderam a P, atingindo-se produções próximas das máximas entre 100 e 200 kg de P por ha. A resposta obtida com S. gracilis foi inferior à das outras três espécies. A concentração de P nas plantas variou de 0,10 a 0,25%. A aplicação de pequenas quantidades de calcário determinou marcantes aumentos de produção das leguminosas. A produção máxima de S. gracilis foi obtida com apenas 20 kg de cálcio (Ca) por ha, tornando-se porém necessário o uso de 1.000 kg de Ca por ha para assegurar máxima produção das outras três leguminosas. Doses mais elevadas de calcário resultaram em decréscimo de produção, não explicável por um excesso de iônios do Ca⁺⁺. Com efeito, a análise química das plantas sugere que, tanto os teores de macronutrientes quanto os teores de Mn, Fe, Cu, Zn e B desses tratamentos, apresentavam valores normais. Outros estudos serão necessários para elucidar o mecanismo do decréscimo de produção causado por níveis mais elevados de calcário. Foram bem distintas as curvas de resposta das quatro leguminosas à aplicação de calcário, indicando para cada uma das espécies estudadas uma diferente necessidade em calcário. A resposta destas leguminosas tropicais a K não foi estatisticamente significativa. Das quatro espécies, a G. pubescens foi a que apresentou teores mais baixos de proteína, mas em todas elas o teor de proteína aumentou com a aplicação de calcário.