O Projeto Florestal Brasileiro

Mauro Silva Reis

Resumo


No passado colonial, o interesse nos recursos florestais centrava-se apenas na extração de poucas espécies para madeira e na abertura de áreas para plantações e povoamentos. Apenas recentemente se começou a considerar o uso econômico das florestas. Em 1965, foi criado o atual Projeto Florestal Brasileiro, com a formulação de leis governamentais que criaram incentivos para reflorestamento e, em 1967, foi fundado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento florestal. Atualmente, dois terços das áreas sob reflorestamento são usados na produção de papel e celulose que alcançaram, em 1982, os valores de 3,2 e 2,8 milhões de toneladas, respectivamente. O segundo mais importante uso da madeira é na produção de carvão, que supre cerca de 39% das necessidades da indústria do aço, representando, em 1982, uma produção de 4,4 milhões de toneladas de carvão. Apenas 900 mil toneladas do carvão produzido vêm das áreas reflorestadas e o restante das florestas virgens e savanas. A substituição atual dos combustíveis fósseis por lenha foi estimada em 7 milhões/m3/ano-1, porém este valor deve dobrar em 1983. A exportação que, nos anos setenta, chegou a 70% na forma de madeira-de-lei está gradualmente sendo substituída por papel e celulose que representaram em 1980 um milhão de dólares em divisas. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal supervisiona a abertura de florestas virgens para fins agrícolas, que foi de 2,8 milhões/ha até 1975 e de 7,7 milhões até 1978, aumentando para 12,3 milhões/ha em 1980. Esta área de florestas virgens incorporada ao sistema agrícola representa 2,47% da área total da floresta amazônica. Se os recursos florestais e faunísticos do País eram no passado colonial encarados sobretudo do ângulo do potencial de exportação em bruto de algumas espécies isoladas, do interesse de sua remoção para implantação de núcleos de povoamentos e de "plantations", ou como objeto de investigações de missões científicas européias, apenas no passado recente, ao influxo de sucessivos surtos de industrialização, a questão florestal passou a ser percebida como importante componente do processo de desenvolvimento nacional, promovendo-se, em decorrência, uma crescente geração interna de conhecimento de suas potencialidades, quer para a preservação da natureza, quer no referente à sua intensiva utilização em benefício do crescimento econômico e social do País.


Palavras-chave


leguminosas; lenha; madeira

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