Intoxicação experimental em bovinos por Asclepias curassavica

Carlos Hubinger Tokarnia, Jorgen Dobereiner, Camillo F. C. Canella

Resumo


Foram realizados experimentos com as partes aéreas de Asclepias curassavica L., administrada a bovinos, por via oral. Há numerosas citações sobre a sua toxidez na literatura, porém, escassos dados sobre a intoxicação experimental pela ingestão dessa planta na espécie bovina. A planta verde recém-coletada foi administrada a 38 bovinos jovens desmamados, em diferentes quantidades e em diversas épocas do ano, em alguns animais repetidas vezes. A menor dose que provocou o aparecimento de sintomas de intoxicação por A. curassavica foi de 5 g/kg e a mais alta que não provocou sintomas foi de 10 g/kg. A menor dose que causou morte foi de 10 g/kg e a mais alta que não causou morte foi de 25 g/kg. Os sintomas de intoxicação consistiram em anorexia, diarreia, timpanismo, edema submaxilar e perturbações cardíacas. Eles variavam de um a poucos dias, havendo rápido restabelecimento quando não ocorria a morte. Nos três animais que morreram durante os experimentos, timpanismo foi o achado de necrópsia mais importante. Os exames histopatológicos não revelaram alterações constantes e características. Não houve desenvolvimento de tolerância nem efeito acumulativo pela ingestão da planta. Os autores concluem, baseando-se em suas investigações de campo e em seus experimentos, ser pouco provável a ocorrência de casos de intoxicação por ingestão espontânea de A. curassavica em bovinos. Aparentemente a planta possui baixa palatibilidade, pois os animais não a ingerem, mesmo com fome em pastos bem batidos, na época da seca.


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