Efeitos da inundação na nodulação e desenvolvimento de leguminosas forrageiras tropicais

Helvécio De-Polli, Milton Alexandre T. Vargas, Avílio A. Franco, Johanna Döbereiner

Resumo


Foram feitos três experimentos em casa de vegetação com leguminosas forrageiras tropicais para estudar os efeitos de: a) períodos de 20 dias de inundação em plantas de diferentes idades; b) períodos crescentes de inundação em plantas já estabelecidas, e ainda, c) níveis crescentes de umidade durante todo o ciclo. No primeiro experimento, que foi feito com dois solos de baixada, a soja forrageira (Glycine max) mostrou que tanto a assimilação do N mineral, como a do simbiótico, parou com a inundação de 4 cm acima do nível do solo, havendo queda de todos os nódulos quando a inundação foi iniciada 50 dias após o plantio, enquanto em plantas mais novas os nódulos se mantiveram. A fixação de N2 possibilitou maior desenvolvimento das plantas do que a adubação com N mineral na base de 180 kg/ha. No segundo experimento, que foi feito com as três leguminosas forrageiras Stylosanthes guyanensis, Phaseolus atropurpureus e Centrosema pubescens num solo de baixada, verificou-se que a primeira foi a espécie mais tolerante à inundação durante períodos mais prolongados, de até 45 dias, enquanto a C. pubescens pareceu ser a espécie mais sensível, notando-se a decomposição completa das raízes e nódulos no solo inundado por mais de 30 dias e o decréscimo progressivo da produção quando comparada com as testemunhas. O P. atropurpureus ocupou posição intermediária. O apodrecimento das raízes no solo inundado foi acompanhado do aparecimento de raízes e nódulos na água acima do solo e nenhuma das três espécies chegou a morrer após 45 dias de inundação. No terceiro experimento, que foi feito com soja forrageira (Glycine max, cultivar Santa Maria) e Centrosema pubescens (Jitirana) em vermiculita, observou-se aumento do peso de nódulos e do desenvolvimento das plantas até 100% da capacidade de retenção de água da vermiculita, mas um decréscimo com 135%. A C. pubescens foi menos afetada pela deficiência da água e mais pelo excesso do que a soja Santa Maria. Enquanto o número de nódulos da soja aumentou até 135% de umidade, o da C. pubescens já diminuiu acima de 65%.


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