Influência da adubação sobre a composição botânica e sobre a produção de pastagens

Salomão Aronovich, Dirce P.P. de Souza Britto, Carlos Alberto Meneguelli

Resumo


No Instituto de Pesquisa Agropecuária do Centro-Sul, na denominada "Baixada  Fluminense", foram estudados os efeitos da aplicação de 1 t de calcário, 300 kg de fosfato de Olinda e 150 kg de sulfato de amônio por hectare em pastagens estabelecidas há cinco anos e submetidas a manejo pouco apropriado. Essas pastagens eram compostas por diversas espécies, que foram classificadas em três grupos: mais valiosas, intermediárias e menos valiosas. Nos dois primeiros anos, usaram-se ovinos deslanados. Nesse período, mediu-se periodicamente a composição botânica e a produção animal. No terceiro ano, em que se trabalhou com bezerros de aproximadamente um ano de idade, apenas mediu-se a produção animal. A adubação teve efeito favorável sobre a vegetação: aumentou a área coberta por vegetação, a área coberta por forrageiras e a percentagem de plantas mais valiosas. A proporção do capim gordura (Melinis minutiflora Pal de Beauv.), do capim de burro (Cynodon dactylon (L.) Pers) e das leguminosas aumentou com a adubação, enquanto que nas parcelas não adubadas houve um aumento considerável de grama forquilha (Paspalum notatum Flugge), também conhecida como grama Batatais, bem como uma invasão de sapé (Imperata brasiliensis Trin.), considerada uma das principais invasoras de pastagens da região Centro-Sul do país. A adubação proporcionou um ganho de peso dos ovinos de 37 g por dia por animal, com lotação de seis animais por hectare, dando uma produção de 77,7 kg de peso vivo por hectare, por ano. Nas pastagens sem adubo, esses números foram 24 g/dia/animal, 3,5 animais por hectare e 30,7 kg de peso vivo por hectare por ano. Os animais se revelaram maus ganhadores de peso e, por esse motivo, não se fez a análise econômica relativa a esse período. Houve morte de 5 animais, sempre em pastagens não adubadas. No terceiro ano, os bezerros das pastagens adubadas, num período de 224 dias, correspondente à época de maior produção de forragem, apresentaram ganho diário de 399 g por animal, com lotação de 2,66 animais por hectare, sendo a produção animal, no período, de 237,7 kg por hectare. Nas pastagens não adubadas, o ganho diário por animal foi de 100 g, a lotação de 2,44 animais por hectare e a produção animal de 54,7 kg por hectare. A diferença de produção obtida nesse 3.° ano pagaria a adubação, deixando ainda um lucro de 21% sobre o custo dos adubos e de sua aplicação.


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