Intoxicação em bovinos pelo cogumelo Ramaria flavo-brunnescens

Murilo Nogueira dos Santos, Severo Sales de Barros, Claudio Severo Lombardo de Barros

Resumo


São relatados um estudo de dois casos naturais da doença conhecida no Rio Grande do Sul como "mal do eucalipto" e um estudo experimental com o cogumelo Ramaria flavo-brunnescens em 10 bovinos. Dos experimentos concluiu-se que são necessárias as doses mínimas diárias de aproximadamente 5 g do cogumelo por kg de peso do animal durante 5 dias, para produzir sintomas da doença, e de 20 g/kg durante 18 dias, para provocar a morte, e, que uma única administração de dose excessivamente alta (36 g/kg) pode levar à morte. Os sintomas observados nos casos experimentais foram sialorréia, emagrecimento, queda dos pêlos da extremidade da cauda e atrofia das papilas linguais. As lesões macroscópicas mais importantes, nos animais necropsiados, foram ulcerações na língua e no esôfago. Microscopicamente foram vistas lesões degenerativas, necrose e infiltrado inflamatório nas mucosas, hemorragias e discreta reação inflamatória no sistema nervoso central. Nos casos naturais da doença foram observados, ainda, o afrouxamento dos cascos e chifres, hemorragias na câmara anterior do olho e cegueira. Pela comparação dos experimentos com os casos espontâneos, concluiu-se que o chamado "mal do eucalipto" é produzido pela ingestão do cogumelo R. flavo-brunnescens.


Palavras-chave


Plantas tóxicas; mal do eucalipto

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