Densidade de plantio e irrigação suplementar na resposta de três variedades de milho ao déficit hídrico na região dos cerrados

Resumo

Nos anos agrícolas 1976/77 e 1977/78 e época seca de 1977, foi conduzido em solo LVE, um estudo visando a avaliar os efeitos da irrigação suplementar e da densidade de plantio (20.000 até 80.000 plantas/ha) sobre três variedades de milho (Zea mays L.): Cargill-111X, Cargill 501 e Piranão, em relação ao déficit hídrico originado pela ocorrência de veranicos naturais e simulados, de comprimento variável, principalmente na fase de florescimento das culturas. Os resultados indicam que a irrigação suplementar permite duplicar os rendimentos, que poderão atingir de 5.000 até 6.000 kg/ha, sendo a variedade C-111x a de maior potencial de rendimento, e a Piranão a de menor, com densidades de plantio na faixa de 40.000 até 60.000 plantas/ha e 80 cm entre as fileiras. No plantio em sequeiro, a variedade C-111X aparece como a melhor adaptada às condições do Cerrado, em população de 20.000 até 40.000 plantas/ha, com reduções de rendimento, devido aos veranicos de quatorze a dezesseis dias, de 1.061 até 1.466 kg/ha, com 20.000 e 80.000 plantas/ha, respectivamente. No caso da variedade C-501, as perdas variaram de 331 até 2.617 kg/ha para densidades de 20.000 até 80.000 plantas/ha, respectivamente. Para períodos de seca de 42 dias, o efeito da densidade de plantio foi, em geral, de pouca significância. Os resultados podem ser explicados em função da maior capacidade de perdas de água por transpiração, nas culturas com altas populações de plantas. A densidade de plantio parece ser uma prática importante de manejo dos solos de Cerrado, considerando-se a baixa capacidade de retenção de água, a profundidade efetiva das raízes, que não ultrapassa os 45 cm, e os períodos sem chuva, cujo comprimento mais provável não vai além dos quinze dias.