Lixiviação de Ca, K e Mg em um Latossolo Vermelho-Escuro (LE) de Cerrados. I. Magnitude e variabilidade do fenômeno na época chuvosa

Resumo

A lixiviação de Ca, K e Mg na época chuvosa foi avaliada num solo LE (EMBRAPA/CPAC), pelo uso de cápsulas porosas, durante o cicio de desenvolvimento do milho (cv. Cargill 111-X) (primeiro ano), em parcelas que receberam dois tratamentos de adubação: corretiva (AC), e de manutenção (AM). Os fluxos de drenagem e de nutrientes, dinâmicos, sugerem que a água movimentou-se principalmente através dos macroporos do solo. As concentrações de Ca na solução de solo foram menores que o nível critico de 1,0 mEq/lt e independentes do nível de adubação. As perdas de Ca além dos 105 cm de profundidade atingiram 129 e 47 kg/ha nas parcelas AC e AM, equivalentes a 6,1 e 2,5% do Ca total inicialmente adicionado, respectivamente. As concentrações de K na solução do solo oscilaram entre 0,05 e 0,25 mEq/lt, e as perdas por lixiviação a 105 cm atingiram 67,5 e 14,7 kg/ha de K para as parcelas AC e AM, o que representa 48,21 e 36,75% do K inicialmente aplicado, respectivamente. Foi encontrada uma estreita relação entre o fluxo de drenagem a 105 cm e a quantidade de K lixiviado, As concentrações de Mg na solução de solo oscilaram entre 0,08 e 0,5mEq/lt e as perdas por lixiviação foram avaliadas em 96,0 e 19,8 kg/ha para as parcelas AC e AM, respectivamente. Na parcela AM (considerada normal), as perdas atingiram 72% do magnésio contido no calcário. Conclui-se que a máxima lixiviação de nutrientes correspondeu ao período de máxima intensidade de chuva, similar ao descrito na literatura para solos arenosos, embora o latossolo LE apresente mais de 50% de argila.