Influência da deficiência hídrica no florescimento e características tecnológicas da cana-de-açúcar

Resumo

Estudou-se a influência do déficit hídrico no florescimento e características tecnológicas de cana-de-açúcar (Saccharum spp), utilizando-se a cultivar IAC 52-150, em experimento conduzido no Centro Experimental do Instituto Agronômico de Campinas, SP, em condições de casa de vegetação. Os tratamentos de deficiência hídrica basearam-se na interrupção da irrigação até que houvesse enrolamento e secamento total da folha +1, após o que, a irrigação era retomada até o final do experimento. As interrupções foram iniciadas em 31.3, 24.4 e 24.5.86, correspondendo, respectivamente, às fases de iniciação, formação e emergência floral. As parcelas-controle foram irrigadas diariamente. Em 24.6.86, quando da maturação das inflorescências, foram avaliados os seguintes parâmetros: a) comprimento das inflorescências; b) número de entrenós, comprimento e peso dos colmos; c) características tecnológicas. Observou-se que a deficiência de água prejudicou o desenvolvimento da inflorescência na fase de formação, principalmente, e na de emergência. Os tratamentos não alteraram o número de entrenós, mas causaram diminuição no comprimento final e no peso dos colmos nos terços médio e superior, marcadamente quando a deficiência hídrica ocorreu na fase de iniciação floral. Nas parcelas tratadas, notou-se um decréscimo nos teores de pol, brix e pureza do caldo, assim como no teor de açúcar teórico recuperável. Os açúcares redutores, por outro lado, aumentaram com os tratamentos B e C, instalados na iniciação e formação da panícula. A percentagem de fibra e volume do caldo foram pouco alterados na porção média-inferior dos colmos sob condições de estresse hídrico.