INTRODUÇÃO
Resumo
Os Cadernos de Difusão de Tecnologia continuam a receber a boa acolhida do público a que se destinam: pesquisadores, professores universitários, dirigentes de instituições de pesquisa, técnicos, estudantes, políticos e demais pessoas interessadas na abordagem crítica da ciência e da tecnologia agropecuária. Esta abordagem é uma forma específica de análise que não se confunde com a noção, por vezes derrogatória de crítica, difundida pelo senso comum. A preocupação básica que nos motiva é o assentamento de quadros de referências teóricos que permitam entender a produção de ciência e tecnologia num contexto de país periférico e dependente, para uma realidade de produção também periférica e dependente: a produção agropecuária.
Nessa realidade, o Estado assume um papel de grande importância: o de provedor das condições necessárias à acumulação privada de capital. Assim, o Estado periférico, além de patrocinar a integração do setor de bens de produção com a produção agropecuária (por exemplo, a dinamização dos segmentos da pesquisa agrícola e extensão rural), é o regulador de uma política fundiária francamente favorável a uma oligarquia rural, sendo também um importante agente financiador da modernização da agricultura, através das suas políticas de crédito, de preços e de comércio exterior.
Ao tratarmos de tecnologia agropecuária, não basta a compreensão de que o conteúdo da tecnologia é, por exemplo, a racionalidade científica, e, a partir daí, tratarmos das formas tecnológicas como produtos exclusivos de um determinado estádio de desenvolvimento científico e tecnológico. Há, pelo menos, uma questão crucial para a qual os Cadernos pretendem contribuir para a análise da tecnologia no caso brasileiro. Essa questão diz respeito ao conteúdo - social, político, econômico -daquilo que é produzido pelas agências de desenvolvimento no Brasil: universidades e outras instituições de pesquisa ligadas ao meio rural.
Nessa realidade, o Estado assume um papel de grande importância: o de provedor das condições necessárias à acumulação privada de capital. Assim, o Estado periférico, além de patrocinar a integração do setor de bens de produção com a produção agropecuária (por exemplo, a dinamização dos segmentos da pesquisa agrícola e extensão rural), é o regulador de uma política fundiária francamente favorável a uma oligarquia rural, sendo também um importante agente financiador da modernização da agricultura, através das suas políticas de crédito, de preços e de comércio exterior.
Ao tratarmos de tecnologia agropecuária, não basta a compreensão de que o conteúdo da tecnologia é, por exemplo, a racionalidade científica, e, a partir daí, tratarmos das formas tecnológicas como produtos exclusivos de um determinado estádio de desenvolvimento científico e tecnológico. Há, pelo menos, uma questão crucial para a qual os Cadernos pretendem contribuir para a análise da tecnologia no caso brasileiro. Essa questão diz respeito ao conteúdo - social, político, econômico -daquilo que é produzido pelas agências de desenvolvimento no Brasil: universidades e outras instituições de pesquisa ligadas ao meio rural.
Palavras-chave
DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct1985.v2.9236