TELEVISÃO BRASILEIRA: ECONOMIA E IMAGINÁRIO GLOBO RURAL E SOM BRASIL: A MESMA SAFRA URBANA?

SÉRGIO DAYRELL PORTO

Resumo


Até bem pouco tempo, o caipira pegava a "jardineira", depois o ônibus ou o trem, e chegava na capital ou na cidade grande. Da mesma forma, o homem da cidade ia passar suas férias na fazenda, pegava o ônibus, o trem e depois a "jardineira". Caso tivesse interesses econômicos no campo, podia ir também de carro ou de caminhonete, dependendo da qualidade da estrada. Hoje a televisão mudou essa história: você pode ver o país rural assentado na poltrona da sala de estar, diante do gabarito de sua televisão em cores. Do outro lado do mapa, o lavrador pode conhecer as novidades da vida urbana, através da televisão que instalou em sua fazenda ou que sua comunidade ou cooperativa mandou colocar a seu lado. Se for o caso de uma agroindústria de grande porte, já se conhece o caso em que são instaladas antenas parabólicas no pólo central das fazendas. A "jardineira" e as novidades dos viajantes ficaram para trás. As ondas da televisão levam e trazem, com uma rapidez enorme, o mundo daqui e o mundo de lá. Com algum exagero ou mesmo sem nenhum, as comunicações e o universo da informação espelham o país, para quem quiser enxergar a si e a seu semelhante, com grande nitidez e perfeição. Campo e cidades, vistos como unidades distintas e específicas, passam agora a se conhecer melhor.

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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct1987.v4.9180