GOVERNO DE TRANSIÇÃO COM VELHAS PRÁTICAS: O QUE SOBRA PARA O TRABALHADOR RURAL?
Resumo
O autor descreve, analisa e avalia diversas intervenções do Estado para o pequeno produtor rural nordestino. Focaliza o Projeto Nordeste, sobretudo o Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (PAPP) e o Projeto de Desenvolvimento do Sistema Fundiário Nacional (PDSFN), no período de 1985 a 1988. Analisa as interpelações entre esse projeto e duas outras ações recentes do aparelho do Estado no Nordeste: o Programa de Apoio à Organização de Pequenos Produtores Rurais do Nordeste (Programa São Vicente) e o Projeto Padre Cícero. Conclui que temos um governo de transição sem mudanças, que continua com "velhas práticas" muito conhecidas, através de diversas políticas agrícolas, sem atacar a "questão agrária" nordestina, isto é, sem uma ampla política agrária, porque as alianças de classes no interior e no próprio bloco do poder não mudaram. Conclui também que o processo de democratização do Brasil passa pelos movimentos sociais no campo e, consequentemente, pela mobilização e articulação dos trabalhadores rurais de todo o país.
TRANSITION GOVERNMENT WITH OLD PRACTICES: WHAT IS LEFT OVER FOR THE RURAL WORKER
Abstract
The author describes, analyses and evaluates various State interventions on behalf of the small rural producer in the Northeast. He gives emphasis to the "Northeast Project, especially the Program of Support of the Small Rural Producer (PAPP) and the Development Project of the National Agrarian System (PDSFN), in the period from 1985 to 1988. He analyzes the interrelations between this project and two other recent actions by the State in the Norteast the Program of Support for the Organization of Small Rural Producers of the Northeast (São Vicente Program) and the Padre Cícero Project. The author concludes that we have a transition government without changes which continues to carry out very well known "old practices" through various agricultural policies, without attacking the "agrarian question" of the Northeast, i.e., without an ample agrarian policy, because the class alliances in the interior and in the power group itself have not changed. It is concluded also that the process of democratization in Brazil passes through social movements in rural areas and consequently must include mobilization and articulation on the part of rural workers in the entire country.
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct1988.v5.9162