DA CRISE DA SOCIOLOGIA RURAL À EMERGÊNCIA DA SOCIOLOGIA DA AGRICULTURA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA NORTE-AMERICANA
Resumo
O propósito deste ensaio é apresentar as características da sociologia da agricultura, enfatizando seus marcos teóricos e metodológicos e os temas sobre os quais seus autores têm-se debruçado com maior intensidade. O ensaio divide-se em três seções. A primeira está subdividida em três partes: uma reservada à discussão dos "community studies" baseados na teoria do continuum rural-urbano; a outra destinada a abordagem do difusionismo; e a última trata da crise da "rural sociology". Na segunda seção analisam-se a emergência e a consolidação da sociologia da agricultura como vertente alternativa de análise dos fenômenos e processos sociais agrários, dedicando-se especial atenção ao ambiente acadêmico-institucional e ao contexto político nos quais se desenvolve. Na terceira seção analisa-se o que os autores desta corrente chamam de "nova economia política", que é o enfoque teórico e analítico no qual se apóia a sociologia da agricultura. Na conclusão apresentam-se algumas considerações acerca dos impasses que marcam a curta trajetória desta abordagem e lançam-se especulações sobre os possíveis desafios que implicaria a sua adoção no estudo dos processos sociais agrários brasileiros. Acredita-se que uma apreciação dessa natureza poderá, virtualmente, indicar caminhos que poderão ser úteis à compreensão das relações e dos processos sociais que têm lugar no espaço rural-agrário brasileiro.
FROM A RURAL SOCIOLOGY CRISIS TO AN AGRICULTURAL SOCIOLOGY EMERGENCE:REMARKS BASED ON THE NORTH AMERICAN EXPERIENCE
ABSTRACT
This paper introduces the main features of the Sociology of Agriculture, a still narrowly-defined academic field born especially in the United States in recent years. The article intends to describe its theoretical and methodological framework and also the agenda of relevant themes researchers informed by Sociology of Agriculture have preferred to investigate. It is divided into three sections: firstly, it discusses the birth of a tradition rooted on "community studies" (based upon the conventional rural-urban continuum), wich was followed by "diffusionist theories", in particular after the Second World War, and the ensuing crises of conventional "rural sociology", in the seventies and afterwards. A second section summarizes the emergence of research efforts and theoretical discussion embodied under this new perspective, as an alternative route to analyze social processes in agrarian domains. A especial focus is directed to its academic and institutional origins and the political context that favoured its development in recent years. A final section investigates the "new political economy" that is claimed to be the founding premises of Sociology of Agriculture. To conclude, the article discusses some challenges faced by the short history of this new approach and its possible implications for a sociology interested in social process in Brazilian agrarian areas.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct1997.v14.8970