HÍBRIDOS DA MODERNIDADE Registros da Natureza e da Sociedade Confundidos

Olívio A. Teixeira

Resumo


Bruno Latour, sociólogo e filósofo, demonstra em "Esquisse d'un parlement des choses" (revista Ecologie Politique, 1994, n° 10, pp: 97-115) que constatamos, nestes últimos vinte anos, uma profunda transformação daquilo que costumamos chamar de filosofia da ciência. Saímos de uma filosofia da ciência restrita para uma filosofia da pesquisa vista de uma forma mais abrangente, já que nenhum dos traços intelectuais que permitiriam distinguir a ciência das outras atividades sociais concernem à pesquisa, notadamente suas ligações com a política, a economia e a cultura. A fim de compreender essa transformação, o autor nos relembra que, antes desse período, havia duas grandes escolas de pensamento em termos de filosofia da ciência: de um lado, a externalista, que se preocupava em compreender os cientistas a partir deles mesmos (carreiras, corporações, ideologias), estabelecendo, portanto, uma história social dos cientistas ; e de outro, a internalista, que procurava reconstituir, de maneira racional, as idéias científicas, sem se deixar perturbar pelos outros elementos que estão fora do absolutamente científico (política, organização, etc.).

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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct1998.v15.8941