O QUE PEDEM OS AGRICULTORES E O QUE PODEM OS GOVERNOS COMENTÁRIOS

Eliseu Alves

Resumo


Em seu provocativo artigo Lacki põe em relevo quatro pontos, a saber: a. É imprescindível investir na educação dos agricultores sem o que é improvável que os grilhões da pobreza sejam quebrados. Há um consenso sobre essa proposição. O que não é claro é se isto é possível ocorrer sem o desenvolvimento do país, principalmente, da indústria e do setor serviços, enfim da urbis, a fim de acomodar os migrantes do meio rural, num cenário em que a população rural esteja crescendo mais do que a capacidade de absorção de mão-de-obra pelas atividades agrícolas. Assim os investimentos em educação, somente produzem o máximo, num ambiente que amplia e diversifica as oportunidades de trabalho. Tendem a ampliar o êxodo rural, antes de gerar novas oportunidades de trabalho. É claro que uma população mais educada é capaz de gerar novos postos de trabalho, criar novas oportunidades de investimentos e de fazer o país crescer. Mas, os dois movimentos não se sincronizam no tempo. O efeito sobre o desenvolvimento econômico pode requerer uma geração. Aquele sobre a mobilidade da força de trabalho é mais imediato. Assim, concomitantemente com mais investimentos em educação rural, é preciso criar novos postos de trabalho para que seja possível absorver uma força de trabalho mais bem treinada. Sem isto, poucos frutos serão colhidos, numa primeira fase, dos investimentos adicionais no povo.

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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct1999.v16.8908