Agricultura familiar em Moçambique: será que os programas e as estratégias estão a contribuir para o alcance da autossuficiência alimentar?

Mateus João Marassiro, Marcelo Leles Romarco de Oliveira

Resumo


A presente pesquisa tem por objetivo examinar as políticas e programas do setor agrícola em Moçambique, partindo do princípio de que é considerado um pilar do desenvolvimento e uma fonte de alimento nos países da África Subsaariana. Em África, esse setor passou por um processo de modernização usando a abordagem top-down característica dos processos de intervenção que se tornaram conhecidos como a Revolução Verde, que se valeram dos argumentos de que os níveis de produção duplicariam para acabar com a fome. A revisão de literatura mostra que as políticas baseadas no modelo de difusão de inovações não conseguem produzir alimentos suficientes para a satisfação das necessidades alimentares das famílias africanas. Moçambique serve de evidência, por anualmente importar grandes quantidades de cereais para garantir a segurança alimentar da população. A pesquisa teve como respaldo estudos de sociologia rural e gerou resultados, os quais sugerem que Moçambique precisa desenhar políticas e programas baseados nos seus contextos sociais, econômicos e ecológicos. Para reduzir as deficiências das políticas e dos programas, é necessário priorizar a participação dos agricultores, para garantir que os objetivos estejam alinhados com as demandas e contextos em que os sujeitos estejam inseridos.

Palavras-chave


desenvolvimento agrícola; cooperação internacional; agricultura itinerante; tecnologia

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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct2024.v41.27480