Agricultura urbana em Curitiba: um fenômeno heterogêneo e desigual

Elizandra Flávia Araujo, Marcos Paulo Fuck

Resumo


A política da cidade de Curitiba em relação à agricultura urbana é destacada como caso de sucesso no Brasil, mas há na cidade outros movimentos em torno do tema que partem da sociedade civil. O presente estudo teve por objetivo identificar e caracterizar as diferentes categorias de praticantes de agricultura urbana em Curitiba. Para tal, foi realizada uma pesquisa descritiva mediante análise bibliográfica e documental. Primeiramente, foram levantados os principais aspectos do Programa Municipal de Hortas Comunitárias e o perfil dos seus beneficiários. Observou-se que as atividades se concentram nas áreas periféricas da cidade, e a maioria dos participantes possui renda familiar mensal de até 2 salários mínimos. Também foram mapeadas outras duas categorias de praticantes: a primeira conforma uma comunidade epistêmica, cuja reivindicação de uso do espaço urbano para práticas de agricultura urbana deu origem à Lei Municipal de Agricultura Urbana de Curitiba. Há também aqueles que têm na agricultura seu meio de reprodução social, mas que apresentam tendência ao desaparecimento em virtude da expansão urbana sobre áreas antes rurais. Assim, apesar da ampla gama de atores que desenvolvem essas práticas em todo o território, sua visibilidade e inserção na agenda política ocorrem de maneira assimétrica.


Palavras-chave


planejamento urbano; políticas públicas; segurança alimentar e nutricional; uso do solo

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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct2022.v39.26959