Revolução Verde: passado e desafios atuais

Clayton Campagnolla, Manoel Moacir Costa Macêdo

Resumo


Este artigo utiliza o procedimento metodológico de um estudo exploratório e descritivo com o objetivo de analisar os impactos ou externalidades negativas da Revolução Verde, embora se reconheça que ela tenha gerado resultados positivos como: a expansão geográfica da agropecuária e aumento de sua produtividade; oferta de alimentos ao mercado interno; exportação de commodities agropecuárias; desenvolvimento da agroindústria e da indústria de insumos; entre outros. De outro lado, a Revolução Verde resultou em concentração fundiária e êxodo rural; simplificação dos sistemas produtivos por meio da monocultura e redução no número de espécies cultivadas; desmatamento e degradação de biomas naturais e biodiversidade; dependência de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos; e aumento de emissões de gases do efeito estufa. Mesmo a expansão do uso de organismos geneticamente modificados, ou transgênicos, não solucionou as externalidades negativas da Revolução Verde. Portanto, não se pode descartar a necessidade de transformações profundas nos processos de produção agropecuária e na estrutura e funções das
políticas públicas de modo a enfrentar os novos desafios de segurança alimentar e qualidade nutricional em consonância com os princípios da sustentabilidade: aumento de produtividade; conservação e recuperação de recursos naturais; aumento de renda e da qualidade de vida e inclusão social dos produtores; resiliência das comunidades e agroecossistemas em relação às mudanças climáticas; e mecanismos efetivos e responsáveis de governança. No final, são apresentados desafios para impulsionar essas transformações rumo à sustentabilidade.


Palavras-chave


agricultura; agropecuária; externalidades; impacto socioambiental; sustentabilidade

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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct2022.v39.26952