Avaliação de impacto ex ante da adoção do ativo tecnológico ‘Cana Flex’ para produção de etanol de segunda geração
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar os impactos econômicos e ambientais ex ante da cultivar de cana-de-açúcar ‘Cana Flex’, bem como o retorno do investimento em pesquisa e desenvolvimento. A ‘Cana Flex’ é voltada ao melhor aproveitamento da biomassa na produção de etanol de segunda geração (E2G). Consideraram-se cenários de adoção, para estimar ganhos econômicos na produção de E2G e na comercialização de créditos de descarbonização (CBios), no âmbito da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Os resultados indicam que, se 10% do bagaço de cana produzido na safra 2018/2019 fosse destinado à produção de E2G, o diferencial da ‘Cana Flex’, em comparação a uma variedade não modificada, implicaria em aumento de 393.263,6 m3 em E2G, em redução de emissão de 748.983,06 t CO2eq, e em ganhos de R$ 37,4 milhões na comercialização de CBios. Diante dos ganhos com CBios, o investimento em pesquisa e desenvolvimento retornaria a taxa interna de retorno (TIR) de 47% e o valor presente líquido (VPL) de R$ 87,9 milhões, em 20 anos. A ‘Cana Flex’ tem grande potencial para contribuir para a viabilidade econômica do E2G no Brasil, elevando a produção e gerando ganhos econômicos ao setor produtivo, além de contribuir para o alcance das metas brasileiras de redução das emissões de gases de efeito estufa.
Palavras-chave
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct2021.v38.26882