Diagnóstico das feiras de produtos orgânicos e seus consumidores em Belo Horizonte

Marcela Ferreira Rocha Lage, Renato Linhares de Assis, Adriana Maria de Aquino

Resumo


O Brasil é hoje um dos grandes produtores de alimentos orgânicos. O consumo desse tipo de alimento no país cresce à taxa anual de 25%, e o mercado de feiras específicas é espaço fundamental para esse avanço. Em Belo horizonte, MG, a partir do ano de 2002, foram instaladas oito feiras orgânicas, em três regiões do município. O trabalho teve como objetivo o levantamento do histórico, das características, do perfil dos agricultores feirantes e do perfil dos consumidores dessas feiras. Buscou-se, também, analisar os gargalos para a expansão da produção e comercialização dessas feiras. O estudo foi realizado por meio de observações in loco e de entrevistas com o uso de questionários semiestruturados. Realizaram-se 214 entrevistas com consumidores frequentadores das oito feiras, além de cinco entrevistas com agricultores feirantes e uma entrevista com o supervisor das feiras, funcionário da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Verificou-se que os agricultores enfrentam dificuldades quanto à disponibilidade de mão de obra e à regularidade da produção, para o atendimento às expectativas de consumidores. A maioria dos consumidores era composta por mulheres com idade entre 30 e 54 anos, com nível de escolaridade elevado e renda mensal equivalente a um valor entre 9 e 12 vezes o salário mínimo brasileiro. As feiras foram consideradas como importantes canais de comercialização da produção orgânica, pois aproximava os agricultores e os consumidores, possibilitando o estabelecimento de relações de confiança entre esses atores.


Palavras-chave


agricultura familiar; agricultura orgânica; circuitos curtos de comercialização

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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct2020.v37.26519