Introdução ao volume 34, número 2 (maio/ago.) 2017

Maria Amalia Gusmão Martins

Resumo


Este segundo número do volume 34 (2017) traz aos leitores dos Cadernos de C&T, aparentemente, dois artigos e duas resenhas. Todavia, ao se considerar o conteúdo da resenha assinada pelo Dr. Alfredo Homma, profundo conhecedor dos processos de desenvolvimento – em seus mais variados aspectos – acontecidos naquela região, poder-se-ia dizer que se trata, de fato, de dois artigos e mais um ensaio e uma resenha.

O primeiro artigo, Camponeses e a Mandalla no Semiárido brasileiro: reflexões sobre sustentabilidade com base em um estudo de caso com abordagem agroecossistêmica, é assinado por Rafaelle Virino de Lima e Guillermo Gamarra-Rojas e trata da caracterização de uma Mandalla gerida por uma agricultora cearense. Os autores analisaram a sua sustentabilidade por meio de atributos sistêmicos, tendo como referência o modo de vida camponês e a convivência com o Semiárido. A Mandalla tem estimulado a adaptação e experimentação de práticas de manejo e comerciais, gerando resultados positivos, em condições de baixo uso de insumos externos e relativa autonomia.

O segundo artigo é assinado por Aline Bezerra de Sousa, Celme Torres Ferreira da Costa, Paulo Renato Alves Firmino e Vanessa de Souza Batista e se intitula Tecnologias Sociais de convivência com o Semiárido na região do Cariri cearense. O estudo traz um mapeamento das Tecnologias Sociais de convivência com o Semiárido nas comunidades rurais do território do Cariri cearense, com base em uma retrospectiva documental-quantitativa de registros do período de 2010 a 2015. O trabalho permitiu também verificar como a política de segurança alimentar e nutricional do governo federal forma um binômio capaz de transformar a realidade social da região do Cariri cearense.

O texto Considerações sobre aspectos da obra Caminhos para uma agricultura familiar sob bases ecológicas: produzindo com baixa emissão de carbono (aspectos gerais e concernentes à região amazônica) traz reflexões interessantes e bem documentadas do engenheiro-agrônomo e economista rural Alfredo Homma sobre aspectos tratados em uma obra lançada no final do ano de 2015 pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), intitulada Caminhos para uma agricultura familiar sob bases ecológicas: produzindo com baixa emissão de carbono. Aspectos concernentes ao espaço territorial da Amazônia Legal são abordados pelo autor, que, ao defender a busca de propostas estaduais (e não territoriais) para a região como caminhos mais plausíveis para alcançar o seu desenvolvimento, lança a seguinte questão: qual seria validade, para fins de planejamento regional, [de] um mapa do Estado do Maranhão cortado quase ao meio pelo meridiano da Amazônia Legal? Esse e outros aspectos são tratados pelo pesquisador, como mercado de carbono, perda do espaço dos pequenos agricultores, substituição de áreas de produção de alimentos para Áreas de Reserva Legal (ARL) e Áreas de Preservação Permanente (APP), extrativismo e plantio, produtos orgânicos, ampliação da oferta de tecnologia, aproveitamento do lixo urbano, escassez de mão de obra, excesso de água e seca na Amazônia, grandes obras versus pequenas obras.

A resenha Estudos CTS e construções em Agroecologia: expansão de comunidade epistêmica ou processos transepistêmicos? é assinada por Vicente Galileu Ferreira Guedes e Carmen Dolores Faitarone Ribeiro Guedes e apresenta e discute a obra Ciência, tecnologia e sociedade (CTS) para a construção da Agroecologia, publicada pela Editora da UnB em 2014, uma coletânea de 14 capítulos sequenciais que se destinam a um público abrangente, das ciências sociais aplicadas aos campos dos estudos sociais da ciência e da tecnologia e, sobretudo, a formuladores, operadores e avaliadores de políticas agrícolas, de C&T, inovação e desenvolvimento social.

Boa leitura!

Maria Amalia Gusmão Martins

Editora Técnica


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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct2017.v34.26325