Volume 28, número 3, set./dez. 2011

Maria Amalia Gusmão Martins

Resumo


Este terceiro número do volume 28 dos Cadernos de C&T, subsequente aos dois números que compuseram a edição temática sobre transferência de tecnologia na agricultura brasileira, fecha o conjunto de trabalhos referentes ao ano de 2011.

Abre o fascículo o artigo Prospecção de meios de vida alternativos ao cultivo do tabaco no Sudoeste do Paraná, assinado por Miguel Angelo Perondi, Cleimary Fatima Zotti, Norma Kiyota e Ana Paula Schervinski Villwock. O artigo expressa os resultados parciais de um projeto financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e coordenado pelo primeiro autor no âmbito da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no ano de 2009. O diagnóstico realizado permite observar que, na tomada de decisão dos fumicultores da região Sudoeste do Paraná quanto à reconversão da área destinada ao tabaco para outras culturas, duas questões são evidenciadas: 1) a obtenção de uma nova alternativa de renda compatível com a alcançada com o tabaco (observada neste estudo por meio da inserção da produção leiteira, da integração avícola, de uma estratégia não agrícola, ou da agregação de valor); 2) a obtenção de uma melhor qualidade de vida, mediante a conquista de uma ocupação que ofereça um menor risco à saúde de sua família, a diminuição da penosidade ou da demanda total da força de trabalho, bem como outros fatores considerados importantes pelas famílias.

No artigo Compensação por serviços ambientais: um novo cenário na proteção e valorização dos recursos naturais, Antonio Waldimir Leopoldino da Silva e Gilberto Montibeller-Filho apresentam os marcos conceituais e analisam os pressupostos e controvérsias que cercam a compensação por serviços ambientais (CSA) como mecanismo de preservação ecossistêmica. A análise proposta aponta que a CSA vive uma realidade de duas faces: se por um lado inúmeras experiências de CSA registram resultados ecológicos positivos, incluindo o aumento da conscientização ambiental dos atores, por outro lado a CSA ainda precisa avançar no atendimento a alguns requisitos técnicos e políticos. Para ser permanente e efetiva, deve ser constituída na forma de política pública nacional (incluindo a construção de um quadro regulatório consistente) e ter o Estado como seu grande fomentador. No espaço rural, ambiente ao qual a CSA está mais fortemente associada, a produção agropecuária e a prestação de serviços ambientais não constituem atividades concorrentes ou excludentes. São, ao contrário, opções complementares e sinérgicas.

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DOI: http://dx.doi.org/10.35977/0104-1096.cct2011.v28.16066